terça-feira, 29 de junho de 2010

Minha natureza após...

Permito correr riscos só pra te alcançar.
Engulo migalhas em paralelepípedos preto e branco.
Canso, durmo e revivo em meio a palavras inexpressivas.
Após tantas secas, a poeira há de levantar!

Leio a distância posta em nosso encontro.
Contemplo a beleza estática deste caminhar.
Sinto reticências que silenciam o beijo.
Após tantos ventos, as árvores hão de inclinar!

Troco truques baratos por garantias vãs.
Blefo ter coringas em um jogo roubado.
Vicio em perder repetidas vezes por prazer.
Após tantas chuvas, algo há de florescer!

Tropeço em desejos estúpidos de querer romances trágicos.
Busco um rumo desvairado para chegar à terra perdida,
em corpos nunca dantes navegados.
Após tantas ressacas, ás águas hão de acalmar!

Barbara Teodosio

0 comentários:

Postar um comentário