quinta-feira, 30 de junho de 2011

Frio:
Muito me arrepia
Pouco me aquece

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Na doença e na saúde

Na doença e na saúde

(ela esta em frente a uma penteadeira antiga, esta de costas e o publico vê seu rosto por meio ao reflexo do espelho, ela passa um batom vermelho nos lábios, se perfuma e o perfume impregna a sala.).


(Jura doce como uma virgem recatada) Prometi fidelidade em pensamento. Entreguei-te meus pertences. Confecei-te minhas taras. Fiz sua comida predileta e pus a mesa sobre aquela toalha branca de renda que pertencia a sua adorada mãe. Jurei amor eterno, puro e belo. Amo-te, Sim, Na doença e na saúde. (repete) na doença e na saúde, na doença e na saúde... (grita como uma louca e traída e feroz) Perdão!

(Confessa como uma vilã de um filme de ação barato) Perdoe-me, mas sim sempre torci pela doença, para atacar-te uma moléstia, para necessitar-te de meus cuidados, para me entregar sua vida, entende assim não precisarias sair de casa, não olharias outras moças nas ruas, não lhe dividiria com o trabalho, não poderias querer e desejar algo que não fosse eu, sua vida em minhas mãos, sua vida seria bem tratada em minhas mãos. Com a doença ele morria para o mundo.

(Admira a beleza do seu amado até chegar ao gozo) Tranquei-te em casa, deixe-te sem comida, ficaste fraco, era tão belo fraco, sua boca seca e branca, adoeceste aos poucos, seus olhos perdendo o brilho, seus lamentos e juras desesperadas por mim, era tão sincero nas súplicas, gozava em meio aos seus gemidos de dor.

(Fofoca como uma velha varrendo a calçada) As visitas eram o único tormento, estavas doente e a presença das outras pessoas poderia te contaminar, por isso não as deixava entrar em nosso quarto, arrumava os lençois brancos de algodão.

(com cuidados de uma mãe amorosa) Suavas frio, e eu quente lhe acomodava entre os travesseiros.Já não reclamavas, já não gritavas, e no último suspiro eu estive presente, fui a última imagem a veres, nosso segundo mais sincero de amor.
 
(Arrependida como uma menina mimada que quebra a maquiagem de sua mãe) Nunca desejei sua morte, mas se este foi preço a pagar por nosso amor sublime. Esta pago.

(Com um tom de tristeza entediada) Mas a vida não tem mais graça, o cheiro começa a empregnar o quarto, e a loucura me bate a porta, bela e livre, bate a porta. E me diz ao pé do ouvido vem, e sinto te trair ao me entregar a ela, por isso escolho a morte.

(Eufórica e compulsiva como um gordo que devora uma torata de chocolate) Morro agora mais ainda um pouco a cada dia, morte de dor da sua partida... Mal digo a doença que antes bem dizia, me culpo pelos dias que por ela torcia, ela que te manteve comigo por muito tempo e o tempo todo, hoje te levou de mim pra um tempo que eu desconhecia. Tem dor, dor sem amor de ter, dor de ver a cama vazia, vazia de você e isso me esvazia. E tomada por essa infecção de falta sua, sem mais ilusão me entrego ao que te foi prometido, amar-te-ei na saúde e na doença na alegria e na tristeza ate que a morte nos eternize dois em um só. Morro pro mundo aonde você não mais esta vou à procura de ti por um caminho desconhecido.
(E ao som de um tango segue seu caminho até que a morte os uma)

Barbara Teodósio e Renata Carvalho inspiradas no universo Rodriguiano.

domingo, 19 de junho de 2011

Há muito pouco sobre o mundo na primeira página.
Os mesmos nomes,
as mesmas notícias.
O que me comove é a menina que se vende nos classificados!
Triste será seu fim nas páginas policias.

Barbara Teodosio

sábado, 18 de junho de 2011

Se as palavras caíssem como luvas pelo menos, aqueceriam.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

...e quando chove penso que Deus esta chorando, e se ele chora isto é bom, 
significa que ainda há misericórdia pra nós!







...ensaio de "Aquela que sonhara ter sido", montagem do grupo Hedonistas da cidade de Birigui...