terça-feira, 29 de junho de 2010

Minha natureza após...

Permito correr riscos só pra te alcançar.
Engulo migalhas em paralelepípedos preto e branco.
Canso, durmo e revivo em meio a palavras inexpressivas.
Após tantas secas, a poeira há de levantar!

Leio a distância posta em nosso encontro.
Contemplo a beleza estática deste caminhar.
Sinto reticências que silenciam o beijo.
Após tantos ventos, as árvores hão de inclinar!

Troco truques baratos por garantias vãs.
Blefo ter coringas em um jogo roubado.
Vicio em perder repetidas vezes por prazer.
Após tantas chuvas, algo há de florescer!

Tropeço em desejos estúpidos de querer romances trágicos.
Busco um rumo desvairado para chegar à terra perdida,
em corpos nunca dantes navegados.
Após tantas ressacas, ás águas hão de acalmar!

Barbara Teodosio

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quando rimar for necessário

Ando por dias ruins.
Tanto que resolvi rimar.
Sentindo a maldade e os afins.
Incomodada demais pra relevar.

Esta difícil  manter a autenticidade.
Meus moinhos de ventos ficaram reais.
Aqui na Terra tem muita crueldade.
Deixarei as ilusões em varrais.

Sinto coisas e estou a pedir colo.
Talvez esteja na hora de divergir.
Procuro consolo e me embolo.
Neste repetido sentir.

Sentir talvez seje meu mal.
Nesta altura de vida adulta.
Esta na hora de comer do sal.
Olho ao redor e só vejo filhos da ...!

Barbara Teodosio

Não baixarei o nível em minhas poesias, não sempre,por hoje é o mínimo, agora que escrevi talvez consiga dormir em paz! mas estou aprendendo a dormir de olhos abertos! Por favor alguém feche meus olhos e me faça sonhar!!!

sábado, 12 de junho de 2010

Os olhos

Cansada pesam.
Apaixonada  cegam.
Dopada desbotam.
Raivosa envermelham.
Medrosa esbugalham.
Amada brilham.
Humilhada  se rebaixam.
Sorrindo se espremem.
Chorando chovem.
Dormindo fecham.
Na luz chocam.
Na insônia afundam.
Pintados falseiam-se de borboletas.
Olhando buscam o incomum, destes meus olhos entediados de banalidades.

Barbara Teodosio

Sons...

Sons soltos se cruzam e formam um tom,
e de tom em tom compõem uma nova melodia.
O silêncio no canto deixa espaço para o pensar.
O agudo da voz vem me cortar.
Contar:
Agora é silêncio, a música se foi.
Compomos algo inútil e sem sentidos.
Gostava tanto de seus gritos, gemidos e sussuros.
Agora é só meu barulho, e este não forma canção,
não entorpece,
nem me tira pra dançar.

Barbara Teodosio