segunda-feira, 26 de julho de 2010

Autores:Bruna Lombardi

ANARQUIA

Sei que depois sinto remorsos
de ser tão estupidamente mal criada
de falar tanto e ser tão atirada
uma largata tamborila nervosa
seus pesinhos em cima da mesa
me desculpe
todos os dias prometo
hei de ser mais indefesa
mais contida. Quieta como uma japonesa.
Mas de repente esta coisa desfraldada
desbocada, destemida,que eu sei
que te incomoda
explode inteira cor-de-rosa
perigosamente sulferina.
Qualquer pequena luz
pra mim é festa e me ilumina.

ALTA TENSÂO


eu gosto dos venenos mais lentos
dos cafés mais amargos
das bebidas mais fortes
e tenho
apetites vorazes
uns rapazes
que vejo
passar
eu sonho
os delírios mais soltos
e os gestos mais loucos
que há
e sinto
uns desejos vulgares
navegar por uns mares
de lá
você pode me empurrar pro precipício
não me importo com isso
eu adoro voar.

INTERJEIÇÃO


Qual é a atitude
que você está tomando, moço?
Que grito você está dando
que eu não ouço?
Que é que está adiantando
falar grosso?
Que laçõ, que fita, que farsa
que nó é esse amarrado
no pescoço?
Moço, que palhaçada, que festa
é essa? Que luz
se nos taparam o sol?
Que é que resta, que é que presta
como é que se pode nadar
no meio de tanto anzol?
E quando a corrida começa
todo mundo disparado
pisando em quem tropeça

Moço, que incongruência
um sorriso numa hora dessa

"...Bom comportamento nunca foi meu ponto forte. Minhas contradições se digladiam, Sobrevivo de um instinto que me empurra para lugares onde moças não iriam... Sou tantas, e a cada dia uma. Quero da vida todas e mais algumas, Ir fundo em todas essas personagens."

Lendo estas poesias dela, consegui me ler um pouco. Esta mulher além de bela, intensamente bela.

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