quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A outra moça


Em uma manhã de começo de semana a moça como um zumbi se dirigia até o trabalho. Com cabelo mal prendido deixava umas mechas soltas pela face, olhos ainda remelados se espremiam durante o bocejo.
Tinha ares de boa noite mal dormida, soava grave seu “bom dia”, no intervalo contava sobre seu sonho maluco da noite passada interpretando as aparições dos bichos e objetos fálicos.
Olhava esta moça, tão nova e tão viva, imaginava o que ela tinha de especial, porque chamava tanta atenção? Por instantes viajei no tempo e vi a moça, não esta presente, mas a outra moça, a do passado, a moça relâmpago de anos atrás.
Aquela moça que de tão bonita não precisava de meus elogios... Ela andava se olhando... Aquela moça que nunca mais vi nem soube noticias.
Ela ficou congelada em minha lembrança quase que intocável, sei que ela ainda me visita nas noites, sei que ela se encontra em minha memória.
Ah elas não dão a mínima! Estas moças são assim : Ao andar se admirando não reparam nos olhares julgadores dos outros, que as recriminam por ser tão elas: Moças de pé no chão!

Barbara Teodosio

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